domingo, 25 de setembro de 2011

Esclarecendo as expectativas

A causa de quase todas as dificuldades de relacionamentos se encontra em expectativas ambíguas ou conflitantes em torno de metas e papéis. Muitas expectativas são implícitas. Elas não foram afirmadas ou enunciadas explicitamente, mas as pessoas, mesmo assim, as adquirirem, em uma situação específica. Por isso quando se começa uma nova relação, é importante colocar na mesa todas as perspectivas. As pessoas envolvidas vão julgar um ao outro conforme as perspectivas. E se elas não sentirem que suas expectativas básicas foram violadas, a reserva de confiança diminui. Criamos muitas situações delicadas ao assumirmos que nossas expectativas são evidentes em si, e que elas foram compreendidas com clareza e compartilhadas com outra pessoa.
Devemos deixar claras e explícitas as expectativas desde o início. Isso exige um investimento real de tempo e esforço no começo, mas economiza um bocado de tempo e esforços posteriores. Quando as expectativas não estão claras e não são compartilhadas, as pessoas começam a se tornar emocionalmente sensíveis, e basta um mal-entendido para complicar tudo, criando choques de personalidade e falhas de comunicação.
Esclarecer as expectativas geralmente exige uma boa dose de coragem. Pelo jeito, é mais fácil agir como se as diferenças não existissem e torcer para que as coisas dêem certo do que encarar as diferenças e trabalhar em conjunto para se chegar a um conjunto de expectativas mutuamente aceitável.

Projeção

Nossa tendência é projetar nossa própria experiência de vida naquilo que acreditamos que as pessoas querem ou precisam. Projetamos nossas intenções no comportamento dos outros. Nossa interpretação do que constitui um depósito se baseia em nossas necessidades e nossos desejos, atuais ou de quando tínhamos a mesma idade, ou atravessávamos uma fase similar de nossa vida. Se os outros não consideram nosso esforço como um depósito, nossa tendência é considerar essa reação como uma forma de rejeição a nossas boas intenções, e desistir.
A regra de ouro: “Faça aos outros o que deseja que façam a você.” Apesar de isso querer dizer superficialmente fazer aos outros o que você gostaria que fosse feito a você, acredito que o significado essencial seja entender os outros em profundidade, como indivíduos, do modo como você gostaria de ser compreendido, e depois trata-los em função dessa compreensão. Um pai bem-sucedido disse a respeito da educação dos filhos: “Trate a todos igualmente, tratando a cada um de forma diferente.”

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Crescimento e Independência

A nossa vida começa pela infância, quando somos totalmente dependentes dos outros. Somos orientados, alimentados e sustentados por outras pessoas. Sem este apoio, viveríamos apenas umas poucas horas, ou no máximo dias. Depois, gradualmente, com o passar dos meses, nós ficamos cada vez mais independentes – física, mental, emocional e financeiramente -, até chegarmos ao ponto em que conseguimos tomar conta de nós e nos tornamos confiantes e seguros.
À medida que prosseguimos em nosso crescimento e amadurecimento, tomamos consciência, cada vez mais, de que tudo na natureza é interdependente, de que existe um sistema ecológico que governa a natureza, inclusive as sociedades. Mais tarde, descobrimos que o ponto culminante de nossas vidas tem a ver com o nosso relacionamento com os outros, pois a vida humana se caracteriza pela interdependência.
O crescimento desde a infância até a idade adulta, se faz em conformidade com as leis naturais. Claro, existem diversas direções no crescimento. Atingir a maturidade emocional ou intelectual. Por outro lado, a dependência física de uma pessoa não significa que este seja intelectual ou emocionalmente imatura.
Não é difícil perceber que a independência revela mais maturidade do que a dependência. A independência é, em si e por si, uma grande conquista. Mas a independência não é suprema.
A verdadeira independência do caráter nos dá o poder para agir, abandonando a posição passiva. Ela nos liberta da dependência das circunstâncias de outras pessoas, sendo um objetivo valioso, libertador.